quinta-feira, 17 de julho de 2014

PROTESTA | SATA ao serviço do Lobby da Tauromaquia

A SATA, companhia aérea dos açores é uma empresa que apregoa o seu compromisso com a sustentabilidade, o respeito pela biodiversidade, a solidariedade social, o apoio o à cultura mas que simultaneamente possui uma prática de apoio à tortura de animais, traduzida nas parcerias que tem feito com a Tertúlia Tauromáquica Terceirense através da disponibilização de pacotes que incluem ingressos para touradas de praça durante as sanjoaninas.
Como se isto não bastasse, a SATA acabou de remeter um e-mail aos seus clientes com o assunto OLÉ! No qual faz a promoção de viagens Açores-Madrid pelo preço mínimo de 199€, apresentando como imagem uma praça de touros.
Manifeste à SATA o seu descontentamento, enviando o texto abaixo ou outro da sua autoria.

SRTT-Info@azores.gov.pt
contacto@sata.pt


Exmo Senhor Secretário Regional do Turismo e Transportes
Exmo Senhor Presidente do Grupo SATA

Tendo conhecimento que a SATA tem promovido a tortura de animais de que são exemplo as parcerias que tem feito com a Tertúlia Tauromáquica Terceirense, através da disponibilização de pacotes que incluem ingressos para touradas de praça durante as sanjoaninas e a recente promoção de viagens Açores-Madrid pelo preço mínimo de 199€, apresentando como imagem uma praça de touros, venho manifestar o meu profundo repúdio.
Em vez de promover e apoiar touradas de praça, uma barbaridade condenada por todas as pessoas cultas e sensíveis e cada vez mais repudiada em todo o mundo civilizado, a SATA deveria demarcar-se de tal atividade e promover o respeito pelo bem-estar e pelos direitos dos animais.
Além disso, a SATA e o Governo Regional que a tutela, deveriam promover os Açores, implementando preços de viagens mais acessíveis a quem nos quer visitar e cumprir as promessas de baixar os custos das viagens, nomeadamente para todos os que são obrigados a deslocar-se por motivos de saúde para fora da Região e a todos os açorianos que pretendem deslocar-se às terras onde se encontram espalhados pelo mundo os seus familiares.

Cumprimentos







sábado, 5 de julho de 2014

Mortes e feridos


Correio dos Açores, 5 de Julho de 2014

Não mais mortos e feridos nas touradas à corda


O Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA) lamenta profundamente a morte de mais uma pessoa, neste caso, a de um homem de 62 anos, durante a realização de uma tourada à corda na ilha de São Jorge. Esta morte é mais uma que vem somar-se à de um homem de 78 anos na ilha da Graciosa, em 2013, e à morte de um homem na ilha do Pico, em 2012. Assim, a trágica estatística das mortes nas touradas à corda na região situa-se, no mínimo, numa pessoa morta por ano.

Para além das pessoas que morrem, o número de feridos graves nas touradas à corda é bastante maior, como indicam os casos que chegam a ser conhecidos apesar de, no geral, raramente serem noticiados. No total, o número de feridos graves e ligeiros nos Açores como consequência das touradas à corda estima-se em mais de 300 em cada ano.

Estes números são necessariamente aproximados em virtude dos feridos e mesmo dos mortos resultantes das touradas à corda, não serem mencionados, na maioria das vezes pela comunicação social. Aliás, é lamentável que, no caso da pessoa recentemente falecida em São Jorge, a comunicação social tenha centrado a notícia exclusivamente nas dificuldades da evacuação médica, que não contestamos, chegando mesmo a não referir, muitas vezes, que a causa primeira da morte foram os ferimentos ocasionados durante uma tourada.

Todas estas mortes inúteis e todos estes numerosos feridos, graves ou ligeiros, poderiam ser facilmente evitados com a definitiva abolição das touradas nos Açores e a sua substituição por eventos culturais que, longe de cultivar a violência e a morte, fomentassem a alegria de viver e o respeito pelas pessoas e pelos animais. É cada vez mais evidente, nos Açores e em todo o mundo, que está na hora de acabar com esta barbárie absurda e sem sentido, permitindo aos povos evoluir e entrar definitivamente num progresso cultural próprio do século XXI.

Porém, longe deste entendimento, as touradas à corda continuam a receber apoios  públicos por parte do governo regional e das autarquias açorianas. Os governantes fecham os olhos à realidade e parecem varrer os mortos e os feridos para baixo do tapete.

Mas, ainda são também de lamentar as outras vítimas das touradas à corda: os touros. Infelizmente não são raros os casos de animais que chegam a morrer durante as touradas. São conhecidos casos de touros que morreram de esgotamento e outros que morrem ao embaterem contra um muro. São frequentes também os casos de animais que acabam gravemente feridos, perdendo um ou os dois cornos ao embaterem contra as paredes e muros, ou partindo ossos ao escorregar ou saltar nas ruas. É, ainda, comum ver touros com ferimentos, sangrando e sem que por isso se interrompa a festa.

Apesar de tudo isto, lamenta-se que alguns políticos ainda considerem as touradas como simples “brincadeiras” com os animais.

Partilhando o sentir da maioria da sociedade açoriana, o MCATA considera que não é admissível haver mais nenhuma morte nem mais feridos por causa das touradas à corda.

Por último, o MCATA apela às entidades que têm responsabilidade na matéria para que atuem sem mais demora.


Comunicado do
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA)

02/07/2014